Ary Vieira de Paiva
Email: arypaiva1@yahoo.com.br
A matriz energética brasileira é essencialmente hidrelétrica, somando 77,6% do total, seguida pela geração térmica com 13,9%
, termonuclear 1,7%, eólica 1,7%, outros 5,1%.
Dentro da geração a partir da biomassa, temos 5,8%
da energia total gerada no país a partir
do bagaço de cana, 0,99 % do licor
negro, 0,3 % de madeira, 0,06% de biogás e 0,03 de casca de arroz (fonte: Aneel
, 2012).
Com a necessidade e expansão da capacidade instalada
para atender a uma economia crescente e considerando serem as reservas de
petróleo finitas e as limitações da expansão do parque gerador hidrelétrico no
Brasil, é inevitável que mudanças
ocorram em sua matriz.
O quadro atual aponta para a necessidade do
incremento das fontes de energia renováveis, dentre elas o da geração térmica a
partir da biomassa florestal, ainda com uma participação muito pequena.
Existem vários modelos matemáticos que simulam a
viabilidade de cultivos florestais como nova opção de energia, inclusive
contemplando a possibilidade de cultivos de espécies diversificadas.
Pode-se afirmar pelo
estudo da dendroenergia ( processo da fotossíntese), que sejam produzidas
anualmente no planeta cerca de 2 x 1011 toneladas de biomassa, com
potencial energético equivalente entre 2 e 3 x 1015 MJ/ano, valor
que corresponde a mais de 50 bilhões de toneladas equivalentes de petróleo – ou
seja, no mínimo cinco vezes o atual
consumo de energia do planeta, de 10.579 Mtep (milhões de toneladas equivalente
de petróleo) em 2003. Esses números servem para mostrar o potencial oferecido pela biomassa, que se constitui numa opção
energética promotora da sustentabilidade ambiental, ainda que sub-aproveitada
diante das atuais alternativas fósseis, segundo Gomes et al (2006). Os mesmos
autores concluiram neste mesmo artigo, com base nos dados obtidos pelo modelo
por eles proposto, que a opção energética apresentada mostra-se
viável e com bons indicativos em prol da conquista de uma matriz energética
renovável e sustentável, tanto ecológica quanto socialmente.
O Brasil possui a maior produtividade mundial de
madeira por ha, com 45 m3 /ha/ano, ao passo que a África do sul e
Chile ficam em 20 e Espanha 15, ainda devendo considerar um período de rotação
de 7 anos no Brasil e de mais de 10 anos nos outros países produtores. Também
dispõe de extensas áreas desflorestadas e degradadas com grande potencial para
produção de biomassa florestal em grande escala. Somente em pastagens
degradadas conta com aproximadamente 90 milhões de ha (50% das pastagens) ,
parte do que poderia ser utilizada para a produção de madeira.
O Estado do Acre possui mais de 2 milhões de ha de
áreas com pastagens encontradas principalmente no vale do rio Acre, na região leste,
onde, seguindo a porcentagem de pastagens degradas no Brasil, somaria
aproximadamente 1 milhão de ha, sendo
parte destes com potencial para silvicultura. As condições
edafoclimáticas desta região, apontam grandes potencialidades para o cultivo de
árvores tropicais.
PERGUNTAS:
1. É
sutentável a geração de energia a partir de biomassa florestal no Brasil? E no
Acre?
2. As
condições edafoclimáticas do estado do Acre são adequadas à silvicultra?
3. Há
área suficiente para silvicultura em escala para atender à demanda no Acre?
4. Existe
a possibilidade de aproveitamento da lenha oriunda de planos de manejo ou de
áreas com corte raso da floresta legalmente autorizada para geração de energia
elétrica?
5. Qual
seria este potencial para uso imediato?
GOMES, S, I; PARAISO, P. R; ANDRADE, C. M. G. Análise
Preliminar da Viabilidade de Cultivos Florestais para Produção de Energia Elétrica. Curitiba,
Espaço Energia, Edição número 04 – Agosto 2006.
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